Aquele sobre mim

Gostaria de trazer aqui somente notícias boas, mas nem tudo n vida são flores, vou dizer o que vem rodeando minha mente nos últimos tempos. Nos dias que antecederam esse que escrevo esse texto estava muito angustiada, pois, o processo que fiz para medicamentos e insumos necessários para manutenção da minha saúde parecia estagnado, na quarta feira, tive uma hipoglicemia severa assintomática no meio da noite, Deus olha por nós pois por nada eu conseguia comer, foi só eu sair da cama e medir minha glicemia que percebi o motivo, glicemia em 53, e eu pensei “Como seria bom ter o sensor uma hora dessas, se Deus me ouve, ele vai dar uma resposta breve de tudo”. Ontem o advogado mandou uma mensagem dizendo “Carol, saiu a resposta, vamos fazer alguns ajustes, mas tem TUDO pra ser favorável a nós. Foi uma notícia que aliviou o fundo do meu amago, eu senti como se uma parte do peso tivesse tido tirado das minhas costas.

Ser diabético e ter epilepsia não é só medir a glicemia e aplicar insulina, é também fazer escolhas, do que comer, fazer, e muitas vezes é difícil, cansativo, triste e muito, muito desmotivador. Eu espero de todo meu coração que as próximas etapas desse processo corra bem e seja mais leve e satisfatório.

Agradeça sempre por sua vida, saúde emprego, família e a Deus, e principalmente seja sempre forte e seja sempre você.

Sobre o hormônio mágico chamado insulina

Leonard Thompson antes e depois da aplicação de insulina

Os primeiros casos de diabetes mellitus foram caracterizados por uma doença que secretava frequentemente abundante quantidade de urina, acredita-se que os primeiros casos foram datados em 1500 A.C. Mas foi somente no século II D.C que a doença recebeu o nome de diabetes mellitus, nome esse que que significa “mel, doce açucarado”.

Mas foi somente em 1921 que um pesquisador chamado Frederick Grant Banting, jovem, recém formado, numa noite  estudando sobre o pâncreas ele se lembrou de um artigo publicado sobre o caso de um paciente que sofrera uma obstrução total do ducto pancreático por um cálculo. O paciente sofrera de uma completa atrofia do pâncreas exócrino, porém suas ilhotas pancreáticas mentinham-se intacta, e não havia se tornado diabético.

Anos se passaram e em 1921 Banting passou a buscar extratos de pâncreas bovinos em abatedouros amentando sua capacidade de obter maior quantidade de extratos pancreáticos. Após vários avanços na purificação do extrato, liderado pelo farmacêutico James Collip, foi testado o extrato em uma criança com diabetes tipo 1 chamada Leonard Thompsom, em janeiro de 1922 com sucesso, baixando assim os níveis glicêmicos.

Em maio de 1922 a empresa Elilly passou a trabalhar juntamente aos pesquisadores para geração de maio número de insulina. Até aquele tempo o diagnostico de diabéticos eram para os pacientes, uma sentença de morte. Até meados dos anos 70 a insulina era de origem bovina ou suína purificada.

Porém até hoje apesar dos inúmeros avanços em tecnologia relacionda ao diabetes, ainda é necessário para grande maioria dos pacientes o uso de múltiplas doses de insulina (na grande maioria dos casos insulina bolus e basal).

“Aquele sobre minha história”

O ano era 1995, o dia era 8 e o mês agosto; a hora? Talvez umas 14:30 muito provavelmente, foi quando depois de 4 dias sem nenhum líquido amniótico, eu decidi vir ao mundo… Uma neném franzina que não pesava nem 1,5kg, de apenas 7 meses, cujas expectativas médicas eram baixíssimas…

9 meses se passaram, e minha mãe percebendo que o lado esquerdo do meu corpo tinha pouca ou nenhuma coordenação motora, decidiu me levar à um médico que deixou claro que; eu iria vegetar numa cama, não ia andar, tão pouco falar e provavelmente não ia chegar a lugar algum, pois tinha PARALISIA CEREBRAL (um diagnóstico assustador, não?), Pois muito que bem, minha mãe não muito satisfeita, nunca se deu por vencida, e aos 5 anos de idade após anos numa escola para crianças com deficiências, eu fiz uma cirurgia de alongamento de tendão e então andei pela primeira vez…

Mais 10 anos se passaram e em 2010, janeiro mais propriamente dito, tive minha primeira crise de epilepsia, lembro-me de minha mãe pular a janela do meu quarto, pois eu estava no famoso e saudoso MSN na época e me segurar no colo, apressadamente me levando ao pronto socorro, depois desse dia minha vida nunca mais foi a mesma, inúmeros remédios e dosagens diferentes, muitos médicos diferentes também, até que em 2015 nas férias da faculdade, após um término de namoro de quase 3 anos (já bem no fundo do poço) descobri o diabetes tipo 1, foi o pior dia da minha vida, pois estava quase entrando em coma. Lembro desse dia com muita angústia, enfermeiras e médicos me rodeando, eu e mãezinha aos prantos, achava que ali minha vida acabaria, mal sabia eu, que sou mais forte do que penso…

Tive de deixar, com muito pesar, minha faculdade que era meu grande sonho (até por isso estou escrevendo aqui) tive de abrir mão de coisas que adultos da minha idade fazem pra poder cuidar da minha saúde. Mas aprendi que não somos nada sem saúde e sem as pessoas que amamos do lado.

Por isso deixo aqui; ame seus pais, sua saúde, seja grato pelo prato de comida em sua mesa, seu teto pra morar, seja qual ou onde for, seja grato por ter remédio e a medicina para te manter vivo, seja grato a Deus ou ao que você acredita, ou não e principalmente, seja grato por você! Nunca, jamais, em hipótese alguma desista de você…

Pois Deus é bom o tempo todo e o tempo todo Deus é bom

Com amor, Carol

As incertezas do “novo normal”

29/03/2020, pouco mais de um ano de uma suposta “quarentena” a qual nunca foi completamente cumprida em nosso país, bonito por natureza, com certeza, pouco mais de um ano assustada, pensando todos os dias como será minha vida daqui pra frente…

Se vou sobreviver, só Deus saberá, afinal, nós, mortais, grupos de risco, somos quem menos importa agora, o diabetes chegou a mim dia 5 de março de 2015, depois desse dia, minha vida virou de cabeça pra baixo como naqueles brinquedos de parque de diversões, ao qual nos dá a impressão que a qualquer instante vamos despencar e morrer ali mesmo, mas eu não, estou aqui, lutando diariamente, duramente, a maioria dessas vezes sozinha pra apenas sobreviver…

Sinto que a cada instante vou desmoronar, e acabar com essa incerteza que vêm rodeando não só minha mente, mas também daquelas pessoas que minimamente se importam com nossa situação atual, e principalmente com as pessoas mais frágeis, que se contaminadas com essa doença que matou mais de 300 mil pessoas atualmente no Brasil, PODEM MORRER, é trágico e triste, mas não podemos nos dar o deleite de ficarmos tristes por tal situação, afinal de contas “tudo vai ficar bem, é só uma ‘gripe’, insiste nosso principal governante e o espelho para muitos de nós (não me enquadro nesse grupo) atualmente. Sinto que posso desmoronar a cada momento, de incerteza e insatisfação, mas tenho fé que a vacina que está aí, logo chegará para todos e tudo ficará bem, ou melhor, eu prefiro me agarrar à isso e ter aqui um fundo de esperança de um mundo melhor

Com amor, Carol

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